Celular, acesso à internet e cardápio variado: veja como funcionam as regalias em presídios do RJ

Uma reportagem veiculada nesta segunda-feira (23) pelo jornal “RJ2”, da TV Globo, mostrou um ex-presidiário contando como funciona o esquema que proporciona uma série de regalia para os detentos que vivem no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

De acordo com essa pessoa, que não teve seu nome revelado, pessoas com dinheiro conseguem usufruir de itens como celular, TV a cabo e até internet. Tudo isso à vontade. Ainda conforme essa pessoa, para que as regalias sejam liberadas, os presos precisam conversar com policiais e agentes penitenciários que trabalham no presídio.

Durante a entrevista, o homem, que passou quatro anos no presídio, contou que presos e agentes, por questões financeiras, são bem próximos e adquirir um celular, por exemplo, é uma tarefa simples – desde que o detento tenha dinheiro.

Segundo o ex-preso, o esquema é organizado e existe até uma tabela de preço para adquirir os aparelhos. “Tem tabela de preços em relação aos aparelhos e não em relação a quem vai comprar. Independente do preso que vai comprar, seja um homossexual, seja um matador perigoso, um traficante, se um valor é para um, é para todos”, disse.

A única variante de preço acontece quanto às unidades, conta a testemunha. “Tem unidade, que hoje eu converso, que é dois mil reais o telefone”, explicou o homem, que ainda detalha que os detentos com aparelhos podem até fazer chamada de vídeo.

Uma captura de tela mostra um detento feliz por uma das regalias conquistada. Na conversa, o preso revela que agora tem internet e consegue até ver filmes e séries. “Agora tenho Netflix e Wi-Fi na cadeia, meu amor!”, conta o interno.

Detento comemora que agora tem acesso à internet na cadeia. (Foto: reprodução)

Cardápio variado no presídio

Além dos aparelhos eletrônicos, os presos também têm acesso a um cardápio variado na cadeia. De acordo com a testemunha, era possível fazer encomendas como picanha, camarão, whisky, Red Bull. “Eu não comia aquela comida. Eu comia batata, frango…”, revelou o homem.

Comunicação entre as unidades

Por fim, essa testemunha ainda revela que os criminosos presos conseguem “conversar com diferentes presos, de diferentes cadeias”. “Na verdade, tendo dinheiro você consegue muita coisa, praticamente tudo”, pontua o ex-preso durante a entrevista ao “RJ2”.

Em nota, divulgada na noite desta segunda (23), a Secretaria de Administração Penitenciária afirmou que recebeu as denúncias e vai instaurar uma sindicância para esclarecer os fatos. Além disso, a pasta disse que repudia qualquer irregularidade nas unidades prisionais cariocas.

Leia também: Mulher é presa suspeita de envenenar quatro pessoas da mesma família

Amanda B

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