Caseiro que trabalhou com Cid Moreira por 26 anos confirma agressões e maus-tratos

A história envolvendo Cid Moreira ganha mais um capítulo: o caseiro que trabalhou com o ex-âncora durante 26 anos confirma agressões apontados pelos filhos do jornalista, Rodrigo e Roger Moreira. A dupla acusa a madrasta, Maria de Fátima, de maus-tratos contra o jornalista e providências já estão sendo tomadas.

Caseiro que trabalhou com Cid Moreira confirma agressões

Desde o mês passado, os filhos do ex-Jornal Nacional decidiram ir à Justiça atrás de esclarecimentos, já que, para eles, Cid vive em cárcere privado, é dopado pela esposa, além de sofrer agressões e outros tipos de maus tratos. De acordo com os dois filhos, a mulher só estaria no relacionamento por conta dos bens materiais. O casal, por sua vez, já debochou da situação e nega que isso esteja acontecendo.

Entretanto, o advogado dos irmãos, Angelo Carbone, enviou ao MP-RJ e ao TJ-RJ mais duas testemunhas, que foram encontradas nesta última semana. O profissional pede investigação da família de Maria de Fátima, a julgar que existem outros casos parecidos de pessoas próximas. Como, por exemplo, o irmão dela, que é acusado de pegar todos os bens da sogra idosa. No entanto, foi o depoimento da segunda testemunha que mais chamou atenção. Um ex-funcionário do âncora, que não teve o nome revelado por motivos judiciais, trabalhou durante 26 anos com a família – de 1991 a 2017. Mas foi demitido, sem justa causa, pela esposa de Cid. No final das contas, recebeu uma bonificação, só que não a suficiente de acordo com os anos trabalhados. Por consideração ao antigo patrão, o funcionário não procurou a Justiça Trabalhista.

Maus tratos

Com a repercussão do caso envolvendo a família, o profissional decidiu dar seu depoimento. De acordo com o Notícias da TV, que teve acesso aos documentos protocolados, um áudio de mais de uma hora entre Roger e o ex-caseiro foi transcrito e conta os detalhes do que acontecia no local. O trabalhador tinha uma boa relação com Cid, mas já viu situações ‘estranhas’ com relação à conduta do tratamento para com o jornalista, como alimentação, por exemplo. “(A comida) era horrível. (…) A comida sai da geladeira, esquenta, vai para a mesa, passa duas horas na mesa, depois volta para a geladeira. Ela (Fátima) fazia (a pizza), ficava um tempão lá na geladeira. Era todo dia pizza”, aponta.

Ademais, Cid era deixado sozinho e Fátima saía sem dar explicações ou avisar quando voltaria. “Era todo dia. O coitado ficava igual um bicho preso na jaula, porque ali (na casa) tem que botar aquelas grades. Senão, entra bicho preso toda hora dentro de casa. (…) Ela sumia, só chegava à noite. Dizia que ia ao salão, que estava fazendo esse negócio de ginástica que ela faz”, relata.

Presentes caros

O depoimento não termina por aí e o caseiro acusa Maria de Fátima de transferir altas quantias para conhecidos, amigos e familiares. Uma vez, por exemplo, ela confidenciou a ele que deu R$50 mil para uma colaboradora. “Ela disse que foi emprestado. Mas acho que não. A primeira vez foi R$25 mil. Depois, passou um tempo, ela (colaboradora) pediu mais R$25 mil. Acho que era para montar um escritório”, recorda. Em outro caso, todos os funcionários da casa souberam que um outro empregado havia recebido um caminhão de R$80 mil.

Por fim, o advogado dos filhos pede que o depoimento do caseiro seja apurado e fala sobre as supostas agressões. “O caseiro que trabalhou para Cid Moreira por 26 anos noticia que Fátima o pôs para fora, que a comida que ela dava para Cid era muito ruim, que ela manipulava tudo, que ela assinava os contratos por ele. Que ela agredia ele (o marido), com lesões corporais. Que ele não é mais aquele homem. Mas, sim, uma criança”, aponta.

Carbone também desconfia da família de Fátima. “(O ex-caseiro) fala sobre a vida íntima da Fátima. Vincula ela à família com modus operandi idêntico. Que (ela) maltrata Cid Moreira. O declarante está à disposição da Justiça para narrar os bens, veículos e valores que ela dá para amigos, parentes ou suas amizades, e que não para em casa. Nota-se que ela manipula bens e valores, pactua contratos com assinaturas falsas do Cid Moreira, e faz tudo para deixá-lo sem nada e nas mãos da quadrilha. Fátima empresta dinheiro a juros e toda a gama de fórmulas para burlar o fisco”, finaliza o texto.