Terminou antes de começar o casamento de Hudson da Silva Ferreira, de 31 anos, com sua noiva, uma servidora pública da Câmara dos Deputados, em Brasília, que não teve seu nome revelado. Isso porque ela descobriu, no dia do casamento, que foi alvo de um golpe aplicado pelo homem.
De acordo com a Polícia Civil em nota publicada neste sábado (08), Hudson da Silva teria conseguido extorquir mais de R$ 1 milhão da ex-companheira. Também no comunicado, Luiz Gustavo Neiva Ferreira, delegado à frente do caso, revelou que foram os policiais que impediram o casamento, que seria realizado na quinta-feira (05).
“Entramos em contato com a noiva durante a madrugada, por volta das 5h, e mostramos as provas. A cerimônia estava marcada para as 15h”, contou o delegado, afirmando ainda que o suspeito deve responder por associação criminosa e estelionato, podendo ser condenado a até 13 anos de prisão.
Noiva extorquida
Com as investigações, descobriu-se que o suspeito inventava histórias com um objetivo: conseguir dinheiro da noiva. Segundo Gustavo Neiva, Hudson da Silva dizia que tinha dívidas com traficantes ou que precisava de valores para o pagamento de processos judiciais.
“Durante dois anos, tempo que o relacionamento durou, ele fez isso por inúmeras vezes”, disse o investigador, explicando ainda que, em um primeiro momento, a noiva não acreditou que o suspeito estava a enganando durante todo esse tempo.
“A vítima só acreditou quando, a pedido dela, a colocamos de frente com o suspeito, que confessou que tudo se tratava de um golpe”, contou Luiz Gustavo. Depois disso, a mulher escreveu uma carta para atestar que foi vítima de um golpe e, por isso, a cerimônia no cartório deveria ser cancelada.
Esquema contra a mulher
De acordo com o delegado, além de Hudson da Silva, mais três pessoas participaram do esquema. Uma delas é a empregada doméstica da vítima, que apresentou o suspeito à servidora. Já os outros dois suspeitos são pessoas vinculadas ao noivo.
Ainda conforme o delegado, que explica que a família da mulher começou a suspeitar do caso quando a servidora começou a ficar em “situação de miserabilidade”, sem ter até o que comer, mesmo com um cargo público e recebendo um bom salário, ele nunca havia visto um crime parecido.
“Ela tem um cargo público e um salário que não justificava esse quadro financeiro. Sentamos com a família da vítima, fizemos alguns cálculos e o valor dos golpes já ultrapassa R$ 1 milhão. Em 16 anos de polícia, nunca vi nada parecido”, confessa o delegado.
Por fim, a informação é que o noivo e mais os três suspeitos que criaram uma trama e várias histórias falsas para tomar dinheiro da vítima foram levados para a delegacia no dia do casamento, mas, como não foram pegos em flagrante, responderão em liberdade.
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