A realização do carnaval na Bahia “ficou impossível”. A frase de efeito é de Rui Costa (PT), governador do estado, que deu a declaração ao comentar sobre a possibilidade de a festividade acontecer em meio às duas ondas de Covid-19 e o aumento recente do número de casos de gripe H3N2 em todo o estado
“Sabe aquele filme Missão Impossível? Nós estamos na Missão Impossível 3, então, não será possível fazer esse carnaval. Não tem a mínima condição”, afirmou o governador, nesta quinta-feira (23) durante o ato inaugural do Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, capital do estado.
De acordo com ele, pessoas que comentam sobre a possibilidade de que o carnaval seja comemorado nos moldes pré-pandemia “a essa altura do campeonato, estão querendo ser irresponsáveis com a vida do outro”.
“E eu não estou nesse grupo. Portanto, nós não teremos carnaval nesse modelo que nós conhecemos como carnaval. Não há mínima condição”, afirmou o governador, relatando ainda que, não bastassem as mortes provocadas pela Covid-19, o estado da Bahia também está sofrendo por óbitos em decorrência do Influenza, o que aumenta o alerta das autoridades.
Em nota, a prefeitura de Salvador, cidade que normalmente mais recebe turistas durante o carnaval, revelou que ainda discutirá com o governador do estado alternativas, como a possibilidade de realizar eventos carnavalescos diferentes, com restrição de público, e com acesso liberado somente para aquelas pessoas que comprovarem que receberam a vacina contra a Covid-19.
Por fim, o governador, assinou a prorrogação da liberação de eventos com cinco mil pessoas nesta semana. De acordo com ele, a medida deverá ser mantida, mas os cuidados necessários deverão ser tomados, ainda mais agora com o surto de gripe na cidade. “Festas com 5 mil pessoas já pode ser um risco, imagine um carnaval com 3 milhões de pessoas. Precisamos ter cautela. Vamos devagar que o santo é de barro”, afirmou, finalizando que, hoje, o estado tem mais de um milhão de pessoas com vacinação contra Covid-19 atrasada e, com isso, “não há o que se falar em festa de larga escala”.
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