Campos Neto afirma que BC não elevará Selic a cada número que sair

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (14) que o BC fará o possível para segurar a inflação do Brasil. No entanto, isso não significa dizer que o banco mudará o plano de ação a cada elevação da taxa inflacionária no país.

A saber, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, segue nas alturas. No ano, o acumulado está a 5,67%, mas a meta para este ano é de 3,25%. Aliás, a expectativa é que a taxa chegue até os 8% até o final de 2021.

Campos Neto falou no evento MacroDay 2021, promovido pelo banco BTG Pactual, que o BC levará a Selic para onde tiver que levar. Em resumo, quando a taxa básica de juros do país está mais elevada, ela puxa consigo os juros praticados aqui. Assim, reduz o poder de compra do consumidor e limita o avanço da chamada “inflação por demanda”.

Embora Campos Neto garanta que o BC acionará a Selic quando necessário, afirmou que isso não acontecerá a cada dado divulgado. De acordo com ele, a instituição já esperava parte do avanço da inflação, especialmente nos preços de serviços. Contudo, o presidente do BC ressalta que os consecutivos aumentos da inflação nunca haviam acontecido num intervalo tão curto.

“Quando a gente fala ‘whatever it takes‘ (o que for necessário) basicamente a gente está querendo dizer o seguinte: a gente tem um instrumento na mão que vai ser usado da forma como ele precisa ser usado e a gente entende que a gente pode levar a Selic até onde precisar ser levada para que a gente tenha uma convergência da meta no horizonte relevante”, explicou Campos Neto.

Presidente do BC afirmou que banco tem “plano de voo”

Ainda segundo Campos Neto, o BC possui um “plano de voo” para enfrentar os problemas causados pelo avanço da inflação. Vale destacar que o aumento da Selic ajuda a limitar a alta da taxa inflacionária no país. Entretanto, uma Selic mais alta não é capaz de reduzir completamente a inflação, até porque outros fatores ajudam a impulsionar a taxa, como gastos públicos e tensões fiscais e políticas, por exemplo.

“A gente também gostaria de dizer que isso não significa que o BC vai reagir, que vai ter alterações no plano de voo, a cada dado de alta frequência que sai”, disse Campos Neto. “…a gente tem um plano de voo que a gente olha num horizonte mais longo. Isso não significa que você não vai atingir o objetivo de estabilizar, de fazer a convergência da inflação à frente”, acrescentou.

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Ruan Samarone

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