Brasil tem terceira maior inflação da América Latina, aponta FGV

Os brasileiros estão tendo que conviver com uma inflação altíssima. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula um avanço de 8,99% em 12 meses encerrados em julho. A saber, o IPCA é considerado a inflação oficial do Brasil.

Para quem ainda se pergunta o que é inflação, a resposta é simples: aumento contínuo e generalizado dos preços de produtos e serviços. E é justamente isso o que acontece atualmente no Brasil. Na verdade, a taxa está bastante elevada há meses, impulsionada pela pandemia da Covid-19. E isso faz o nosso país ocupar uma posição no pódio das maiores taxas inflacionárias da América Latina.

“Nós tivemos uma desvalorização cambial maior (do que os outros países) por causa do ambiente de incerteza num momento de juro baixo”, afirmou André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Aliás, o Ibre realizou o levantamento e a FGV divulgou os dados nesta terça-feira (7).

“Com a incerteza crescendo e os juros em 2% – lá no início do ano -, ninguém queria ficar aqui. O investidor foi para mercados mais seguros e isso ajudou a desvalorizar a nossa moeda”, acrescentou o pesquisador.

Veja mais detalhes do levantamento

Em resumo, a elevação de 8,99% em 12 meses no Brasil é a terceira maior variação entre os nossos vizinhos latino-americanos. Os únicos países com uma inflação ainda mais elevada que a nossa são o Haiti, onde a taxa disparou 17,9% no período, e a Argentina, com expressivos 51,8% de alta.

Vale destacar que o estudo não incluiu a Venezuela devido ao colapso econômico local. Em suma, os dados no país são distorcidos e inviáveis para comparação com outras economias da América Latina.

Por falar nos nossos vizinhos, a quarta e a quinta posições foram ocupadas por República Dominicana e Uruguai, onde a inflação subiu 7,9% e 7,3%, respectivamente. Em seguida ficaram México (5,8%), Chile (4,5%), Honduras (4,3%), Nicarágua (4,1%) e Colômiba (4,0%). Estas foram as dez maiores taxas inflacionárias da região.

Em contrapartida, a Bolívia teve a menor variação em 12 meses, com leve alta de 0,2%. Equador também apresentou um aumento bastante tímido no período, de 0,5%. A propósito, a inflação também não superou 2% no Paraguai (1,2%) e na Costa Rica (1,4%).

A FGV ressalta a elevação da inflação no Brasil trazendo uma comparação com a variação acumulada em 2020. Em síntese, a taxa no país ficou em 4,5%, metade da atual, o que fez o Brasil ocupar a sexta posição no ranking. A situação do país só não piorou mais do que a da Argentina, que registrou uma inflação de 36,1% em 2020. Até mesmo o Haiti, que fechou 2020 com uma taxa em 19,2%, está com uma variação menor.

Leia Mais: Agronegócio do Brasil sofre para exportar diversos produtos

Ruan Samarone

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