Brasil tem novo recorde de demissões voluntárias em março

No final do mês passado, o Ministério da Economia revelou que o Brasil criou 136,1 mil empregos em março. O valor é resultado da subtração do número de admissões no país (1,95 mil) pelo de demissões (1,82 mil) no mês. Aliás, os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Ao analisar microdados disponibilizados pelo Caged, o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, confirmou que o Brasil está vivendo uma onda de demissões voluntárias. Essa tendência já estava sendo vista nos últimos meses, e os dados mais atuais confirmam o cenário atual no mercado de trabalho brasileiro.

De acordo com o estudo feito por Imaizumi, 603,14 mil pessoas abandonaram seus trabalhos em março. Isso quer dizer que 33,2% do total das demissões ocorridas no terceiro mês de 2022 foram a pedido do trabalhador. A saber, os dados se referem ao mercado de trabalho formal, ou seja, às vagas com carteira assinada.

Recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia

Segundo o levantamento, o Brasil sofre com o aumento das demissões voluntárias há meses. Desde agosto do ano passado que os pedidos de desligamentos superam os 500 mil, com exceção de dezembro, quando houve 487,48 mil demissões a pedido do trabalhador.

“A gente tem que lembrar que no começo da pandemia muita gente acabou aceitando emprego que não tinha afinidade com suas formações. Agora os efeitos da pandemia estão cada vez menores no mercado de trabalho e tem muita gente que acaba se demitindo para acabar se admitindo em outro lugar em profissões mais condizentes com suas qualificações”, explicou Imaizumi.

O economista também destacou o retorno do trabalho presencial, que perdeu força durante a pandemia. Em resumo, muitos trabalhadores passaram a exercer suas atividades em home office nos últimos tempos. No entanto, com a melhora no quadro da crise sanitária no Brasil, as empresas estão voltando ao trabalho presencial.

Ao perceber a diferença entre as modalidades, muitos profissionais repensam o retorno ao trabalho presencial. Por exemplo, não ter que pegar trânsito e passar mais tempo com a família vem pesando mais do que ter uma remuneração mais alta em um trabalho presencial. A saber, esse é um dos motivos para a alta nos pedidos de demissão no Brasil.

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Ruan Samarone

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