O Ministério da Saúde revelou na sexta-feira (12) que está implementando a Rede Nacional de Sequenciamento Genético nos laboratórios centrais de saúde pública dos estados (Lacen), visando investigar as mutações e diferentes linhagens da Covid-19 que se encontram em circulação no país.
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De acordo com a pasta, na fase piloto, 1,2 mil amostras do vírus de todas as unidades da Federação serão sequenciadas em quatro laboratórios de referência: Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, Instituto Evandro Chagas, no Pará, e laboratórios centrais da Bahia e de Minas Gerais.
Na última quarta-feira (10), a implementação da Rede foi discutida em uma videoconferência sobre Vigilância Genômica da Covid-19, da qual participaram o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, e especialistas dos institutos Fiocruz, Evandro Chagas e Adolfo Lutz.
Segundo Evandro Chagas, a tendência é que a iniciativa acelere a investigação das mutações do vírus da covid-19. “A vigilância e o acompanhamento dessas mutações nos ajudarão na resposta do SUS [Sistema Único de Saúde] para o controle da pandemia no país e para entender cada vez mais o comportamento do vírus”, disse o secretário.
Na videoconferência, o Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que é fundamental que o Brasil construa uma rede estruturada para combater novas ameaças da pandemia da Covid-19. “Os investimentos feitos em 2020 para fortalecer e inovar a rede laboratorial para enfrentamento da covid-19 superaram R$ 490 milhões, incluindo a compra de equipamentos, aquisição de insumos e capacitação”, disse o chefe da pasta.
Estudo das mutações no Brasil
De acordo com o Ministério da Saúde, a vigilância genômica de vírus respiratórios no Brasil começou em 2000, pelos Centros Nacionais de Influenza (NIC, da sigla em inglês), que funcionam nos institutos Oswaldo Cruz (Fiocruz), Adolfo Lutz e Evandro Chagas.
Segundo a pasta, em março do ano passado, atentos à pandemia de Covid-19, os centros nacionais começaram a receber amostras para sequenciamento do vírus. Outros laboratórios públicos e privados também começaram a realizar sequenciamento dentro de suas linhas de pesquisa para fortalecer a vigilância genômica em território nacional.
“Os cientistas conseguem monitorar e entender as mutações que ocorrem naturalmente nos vírus, por meio de informações como o número de acúmulo de mutações, identificação de cadeias de transmissão locais e monitoramento da taxa de transmissão”, informou o ministério.
Por fim, o Ministério da Saúde revelou que as informações coletadas por meio dessa técnica auxiliam na elaboração de orientações técnicas e políticas públicas eficientes de combate à propagação do vírus.
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