O mercado financeiro reduziu pela terceira semana seguida as projeções para a inflação no Brasil em 2021. Os dados fazem parte do relatório Focus, do Banco Central (BC), que trouxe as últimas projeções do ano. Aliás, os dados são uma média das estimativas de mais de cem instituições do mercado financeiro. A divulgação ocorreu nesta segunda-feira (27).
Nesta atualização, a redução foi novamente bem tímida, de 0,02 ponto percentual (p.p). Com isso, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu para 10,02%, sexta semana seguida acima dos 10%. Isso mostra que, apesar dos recentes recuos, a taxa deverá encerrar o ano na casa dos dois dígitos.
Já para 2022, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a inflação em 5,03%. Para 2023, a projeção recuou de 3,40% para 3,38%, mas ficou estável em 3,00% para 2024.
Entenda como a inflação é definida no Brasil
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta da inflação em 3,75%. No entanto, o CMN também tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%.
Isso quer dizer que a inflação poderia chegar até 5,25% no final deste ano e, mesmo assim, ela não extrapolaria o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 10,02% supera em quase 5,0 pontos percentuais o limite superior definido pelo CMN.
A propósito, o conselho também define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Aliás, a inflação é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em suma, o IPCA, calculado pelo IBGE, é considerado a inflação oficial do Brasil. Inclusive, a inflação acumulada neste ano está em 9,26% e chega a 10,74% nos últimos 12 meses.
Estimativa para o PIB cai, mas dólar sobe de novo
O relatório Focus também reportou que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 caiu pela 11ª semana seguida, de 4,58% para 4,51%. A estimativa para 2022 também recuou, de 0,50% para 0,42, assim como para 2023, cuja taxa caiu de 1,85% para 1,80%. Já para 2024, o mercado manteve os 2,00% de crescimento.
O BC também revelou que os analistas acreditam que o dólar encerrará o ano cotado a R$ 5,63, contra R$ 5,60 na semana anterior, quarta alta seguida. Para 2022, os analistas elevaram suas estimativas de R$ 5,57 para R$ 5,60, mas mantiveram suas projeções para 2023 (R$ 5,40) e 2024 (R$ 5,30).
Por fim, não há mais projeções para a taxa básica de juros do país, a Selic, visto que o BC só irá se reunir novamente em fevereiro de 2022 para definir os juros. A saber, o BC elevou a taxa Selic em 1,5 ponto percentual na última semana, para 9,25%, maior patamar em mais de quatro anos.
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