Bolsonaro é novamente contrário a prorrogação do Auxílio Emergencial

O presidente Jair Bolsonaro esteve em Foz do Iguaçu, no Paraná, e novamente ressaltou sua posição quanto a prorrogação do Auxílio Emergencial em 2021. A extensão do benefício no valor de R$ 300 seguirá até 31 de dezembro.

“Nada mais dignifica o homem do que trabalho, é o que nós precisamos. Temos internamente os nossos problemas, ajudamos o povo do Brasil com alguns projetos, por ocasião da pandemia. Você [Benítez] fez o mesmo no Paraguai, aqui do lado. Alguns querem perpetuar tais benefícios, ninguém vive dessa forma, é o caminho certo para o insucesso”, disse Bolsonaro ao lado de Mario Abdo Benítez, presidente do Paraguai.

No encontro estava algumas autoridades e o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD).

Na semana passada, o mandatário do executivo readmitiu que o Governo Federal não pretende estender ajuda. Ele ainda disse que está na torcida para que o coronavírus esteja “de partida” do Brasil. Essa declaração foi dada a um grupo de simpatizantes em frente ao Palácio da Alvorada.

Mesmo contrário em todas as vezes que é perguntado, Bolsonaro também admite que não pode descartar 100% a possibilidade, mas que torce muito para que o governo não precise estender o pagamento.

“Pergunta para o vírus. A gente se prepara para tudo, mas tem que esperar certas coisas acontecerem. Esperamos que não seja necessário porque é sinal de que a economia vai pegar e não teremos novos confinamentos no Brasil”, respondeu o presidente a um dos seus apoiadores.

“Desde o começo, eu nunca fui a favor do confinamento. Sempre defendi a ideia do isolamento vertical, mas, infelizmente, a decisão coube aos governadores e prefeitos”, continuou Bolsonaro.

Inicialmente, o benefício foi criado para pagar três parcelas no valor de R$ 600. Devido a forte dificuldade financeira dos brasileiros, muito por conta da pandemia do novo coronavírus, foi necessário a extensão do pagamento em mais quatro parcelas de R$ 300.

Ala do Governo quer prorrogação do Auxílio Emergencial, diz colunista

Uma ala do Governo Federal está pressionando o presidente Jair Bolsonaro a prorrogar o Auxílio Emergencial para 2021. O jornalista Valdo Cruz, da Globo News, é o autor da informação. De acordo com ele, o presidente Jair Bolsonaro ainda não deu uma definição.

Ainda de acordo com Valdo Cruz, essa ala do Governo deseja uma nova prorrogação por, pelo menos, três meses de 2021. Seja como for, Bolsonaro deve tomar uma decisão nos próximos dias e dar uma posição apenas depois do segundo turno das eleições municipais.

Essa informação de bastidor acaba caindo como mais uma bomba sobre o mercado. É que há um temor dos investidores sobre a prorrogação do Auxílio sem o respeito do teto de gastos. Esse temor já fez o dólar subir nos últimos dias.

Mas ainda de acordo com Valdo Cruz, essa ala do Governo não quer que o presidente fure o teto de gastos com a proposta. A ideia portanto seria realizar algumas mudanças no projeto para que o financiamento não resulte em um crime de responsabilidade.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, já afirmou diversas vezes que não vai prorrogar o período de calamidade pública. Isso, em tese, impede que uma prorrogação do Auxílio Emergencial aconteça sem que se fure o teto de gastos.