Bolsonaro diz ter conversado pessoalmente com o ex-chefe da Receita Federal sobre as joias

Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República, confirmou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que conversou pessoalmente com o ex-chefe da Receita Federal Júlio César Vieira Gomes sobre as joias enviadas pela Arábia Saudita e retidas com a comitiva presidencial no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em outubro de 2021. O depoimento foi dado no último dia 5 de abril, mas a informação foi revelada na noite desta sexta-feira (14) pela “TV Globo”.

TSE nega pedido de Bolsonaro para retirar sigilo de ação

De acordo com a “TV Globo”, a emissora teve acesso aos cerca de dez depoimentos feitos de forma remota à Polícia Federal em São Paulo, incluindo o do ex-presidente, que “solicitou ao ajudante de ordens, coronel Cid”, segundo uma das oitivas, que ele “obtivesse informações a cerca de tais fatos; que o ajudante de ordens oficiou a Receita Federal para obter informações; que neste interim o declarante estabeleceu contato com o então chefe da Receita Federal, Júlio, cujo sobrenome não se recorda, e salvo engano, determinou que estabelecesse contato direto com o ajudante de ordem; que as conversas foram pessoalmente, pelo o que se recorda”.

Segundo publicou a emissora, Bolsonaro se contradisse no depoimento sobre ter tentado resgatar as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. Em um primeiro momento, o ex-chefe do Executivo afirmou que “a intenção de que as joias fossem retiradas na Alfândega antes do declarante viajar para os Estados Unidos era para não deixar qualquer pendência para o próximo governo e evitar um vexame diplomático”. Conforme Bolsonaro, esse “vexame” seria “em razão de aparentar descaso com o presente de uma nação amiga, permitindo seu leilão”.

No entanto, depois, quando questionado sobre “o motivo pelo qual Mauro Cid, Julio Cesar e José de Assis se empenharam tanto para tentar retirar as joias pela Alfândega”, inclusive com ligação pessoal do Julio Cesar para o integrante da Ajudância de Ordens que foi retirar as joias. mesmo sabendo que não estava pronta a documentação necessária, Bolsonaro disse “não ter ideia de tal possível empenho”. Nesse sentido, o ex-presidente afirmou que, “em razão do tumulto que foram seus últimos dias de governo, sequer teve cabeça para se preocupar com o assunto em questão”.

Além disso, a PF também constatou que, à época, o próprio Bolsonaro enviou um ofício para a Receita pedindo a devolução dos bens – ele não obteve sucesso. Durante o depoimento, o ex-presidente disse ter sido avisado sobre a existência das joias sauditas entre o final de novembro e o começo de dezembro de 2022. Todavia, ele afirmou que não se lembra de quem o avisou sobre os itens, mas que é possível que tenha sido alguém ligado ao Ministério de Minas e Energia.

Leia também: Bolsonaro deve ser indiciado no caso das joias; entenda

Alisson Ficher

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