Bolsonaro diz que Mourão não deve falar sobre crise entre Rússia e Ucrânia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na noite de quinta-feira (24) que Hamilton Mourão (PTRB), vice-presidente, não está autorizado a falar sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. Assim como publicou o Brasil123, Mourão havia dito que o Brasil não é neutro no conflito e não concorda com a invasão dos russos.

Já pela noite, durante sua tradicional live de quinta, o presidente, que estava ao lado de Carlos França, ministro das Relações Exteriores, mostrou uma matéria jornalística com as declarações de Mourão que o “Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano”.

Sem que o nome de Mourão fosse mencionado, Bolsonaro disparou que não é competência do vice falar sobre esse assunto. “Deixar bem claro: o artigo 84 diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final”, disse o chefe do Executivo.

“Com todo respeito a essa pessoa que falou isso — e falou mesmo, eu vi as imagens — está falando algo que não deve. Não é de competência dela. É de competência nossa”, declarou Bolsonaro sobre Mourão.

Apesar de não tomar partido se é contra ou a favor da invasão russa à Ucrânia, Bolsonaro criticou Mourão por ter comendado o fato. (Foto: reprodução)

Ainda em sua live, o presidente afirmou que está ouvindo ministros envolvidos com assuntos diplomáticos para saber qual é a posição que o Brasil irá adotar. “Só para vocês terem uma ideia. Não é combinado, é acertado naturalmente, quando é que eu falo qualquer coisa sobre esse problema Rússia e Ucrânia?”, questionou o presidente.

Respondendo a sua própria pergunta, ele afirmou que irá falar somente depois de ouvir Carlos França e o ministro da Defesa, Braga Netto. “E ponto final. Se for o caso, convido mais algum ministro para a gente tomar uma… para eu tomar uma decisão”, afirmou Bolsonaro.

Por fim, sem tomar partido a favor ou contra as ações do presidente da Rússia, Vladimir Putin, com quem Bolsonaro se encontrou na semana passada, o chefe do Executivo se limitou a dizer que o governo quer a paz. “Nós somos da paz, nós queremos a paz. Viajamos em paz para a Rússia. Fizemos um contato excepcional com o presidente Putin. Acertamos a questão dos fertilizantes para o Brasil”, finalizou.

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