Bolsonaro diz que Amazônia ‘não pega fogo’ e ‘ataques’ ‘não são justos’

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez parte, nesta segunda-feira (15), de um encontro com investidores em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Na ocasião, o chefe do Executivo afirmou que “os ataques que o Brasil sofre em relação à Amazônia não são justos”.

Ainda durante o evento, Bolsonaro, além de ter convidado os investidores árabes a conhecer a floresta, afirmou que, “por ser uma floresta úmida, a Amazônia não pega fogo”.

“Nós queremos que os senhores conheçam o Brasil de fato. Uma viagem e um passeio pela Amazônia é algo fantástico, até para que os senhores vejam que a nossa Amazônia, por ser uma floresta úmida, não pega fogo”, começou.

“Visitando, os senhores poderão ver o que realmente ela tem. Com toda certeza, uma viagem inesquecível”, disse Bolsonaro durante o evento, chamado “Invest in Brasil Forum”, em Dubai.

Presidente mentiu

Essa não foi a primeira vez que Bolsonaro faz uma afirmação do tipo. A outra foi realizada no ano passado, durante o discurso do presidente na Organização das Nações Unidas (ONU). O problema é que, segundo especialistas e entidades, a afirmação do chefe do Executivo é falsa.

Nesse sentido, explica Antonio Oviedo, ambientalista assessor do Instituto Sócio-Ambiental (ISA), ONG presente na Amazônia há 25 anos, em entrevista à “Globo News”, que a floresta úmida era algo verdadeiro já há cerca de 70 anos, mas, hoje, segundo ele, “com 20% desmatado, isso não é mais um fato”.

Na entrevista, o especialista relata que a floresta é úmida em áreas como no interior do Rio Solimões ou no Alto do Rio Negro, onde não existem muitas estradas. Todavia, mesmo naquelas partes, o fogo já tem entrado. Tudo isso, por conta do alto desmatamento.

“Quando se fragmenta a floresta em blocos, vem o efeito de borda. Quanto mais bordas tiver, mais seca fica, e facilita a entrada do fogo”, completa Antonio Oviedo.

Incêndios na Amazônia

De acordo com números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos últimos meses, tem sido registrado focos de incêndio acima da média. Em junho deste ano, por exemplo, houve o maior número de focos para o mês em 14 anos. No mês de julho foram quase 5 mil focos e em agosto 28.

Leia também: Repercussão negativa nas redes sociais faz Bolsonaro suspender entrada no PL

Alisson Ficher

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