Nesta quinta-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre o passaporte da vacina contra Covid-19 em aeroportos paulistas. Segundo Doria, caso o governo federal não adote a medida até o dia 15 deste mês, o certificado de imunização será cobrado nos aeroportos pela gestão estadual.
Sem citar o adversário político diretamente, Bolsonaro afirmou que “todos têm que reagir” à intenção de Doria em implementar o passaporte da vacina nos aeroportos paulistas, mesmo após o governo federal anunciar que não cobraria o certificado de viajantes internacionais que chegam ao Brasil.
“(…) Enquanto outro governador aqui da região Sudeste quer fazer o contrário. E ele ameaça: ninguém vai entrar no meu estado. Teu estado é o cacet*, porr*, se não tiver vacinado”, disse Bolsonaro, depois de mencionar o governo de Rondônia, onde parlamentares locais aprovaram uma lei para barrar a exigência do passaporte da vacina.
“E nós todos temos que reagir. E reagir como? Protestando contra isso. Ah, o povo é soberano… Todo poder emana do povo. Não é bem assim que a banda toca, pessoal”, completou Bolsonaro.
Bolsonaro diz novamente que não tomou vacina contra Covid-19
O presidente ainda disse que seria incoerente ser a favor do passaporte da vacina, pois ele diz que optou por não receber o imunizante. Não é possível saber se Bolsonaro de fato não foi imunizado, pois o governo impôs sigilo de 100 anos ao cartão de vacinação do presidente.
“Queriam que a gente impusesse aqui a obrigação do cartão vacinal. Como eu posso aceitar o cartão vacinal se eu não tomei vacina e é um direito meu de não tomar? Como é o direito de qualquer um aqui”, disse Bolsonaro.
O presidente ressaltou que foi um dos únicos chefes de estado do mundo a se colocar contra política de lockdown e toques de recolher, embora as medidas tenham sido defendidas por especialistas da Saúde para controlar o avanço do novo coronavírus.
“Talvez eu tenha sido um dos raros chefes de estado no mundo que foi contra essas políticas de lockdown e toque de recolher. Falaram muita coisa de mim, do ensinamento que eu tive, da minha profissão, militar… Um soldado dentro da trincheira não vai ganhar guerra, vai morrer como um rato. Vírus mata? Mata. Duvido quem não tenha parente ou amigo que morreu por causa do vírus. Mas tem que lutar, poxa”.