Acabou na tarde desta sexta-feira (10) o julgamento dos quatro réus acusados pelas 242 mortes registrada durante o incêndio da Boate Kiss, ocorrido em janeiro de 2013 na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Todos os réus foram condenados pela Justiça em penas que variam de 18 a 22 anos de prisão.
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Ao todo, foram ouvidas 12 vítimas, 16 testemunhas e um informante, até que o júri, formado por seis homens e uma mulher, chegasse a um veredito. Isso, após dez dias desde o início dos trabalhos. Apesar da condenação, os réus não foram presos por conta de um habeas corpus.
Durante a leitura da sentença, o juiz do caso, Orlando Faccini Neto, afirmou que “todos foram condenados” e que “a culpabilidade dos réus é elevada, mesmo em dolo eventual (quando alguém assume o risco)”. Confira a pena de cada um dos quatro condenados:
- Elissandro Callegaro Spohr, que era sócio-proprietário do local, foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão;
- Mauro Londero Hoffmann, também sócio-proprietário do local, foi condenado a 19 anos e seis meses de prisão;
- Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira e responsável por acender os fogos que se espalharam pelo local, terá que cumprir 18 anos de prisão;
- Por fim, Luciano Augusto Bonilha Leão, roadie do grupo e que estava como réu porque teria passado o artefato pirotécnico aceso, pegou uma pena de 18 anos de prisão.
Maior caso do Rio Grande do Sul
Com mais de 19 mil páginas, o caso da Boate Kiss é considerado o maior e o mais longo da Justiça do Rio Grande do Sul. Por um lado, o Ministério Público (PM) queria que os réus fossem condenados por homicídio doloso, quando há a intenção ou se assume o risco de matar.
Por outro lado, os advogados dos acusados pediram absolvição ou pelo menos alterar a acusação dos acusados, que responderam por homicídio simples, consumado 242 vezes (total de vítimas) e tentado outras 636 (número de sobreviventes), de dolo para culpa, o que não aconteceu.
O incêndio na Boate Kiss
O trágico incêndio na Boate Kiss aconteceu durante o show da banda Gurizada Fandangueira quando, de acordo com as investigações, o vocalista da banda disparou um artefato pirotécnico, atingindo parte do teto do prédio, que era coberto por uma espuma e pegou fogo rapidamente.
Algumas das 242 vítimas, a maioria jovens, morreram por conta do incêndio em si. Já outras foram a óbito após inalarem a fumaça tóxica liberada com a queima da espuma de proteção acústica no teto.
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O importante agora é a fiscalização severa,não julgamento após perda,a prevenção,para que outras famílias não passe por esta dor imensa. Foi justo a condenação, não fique no esquecimento. E amanhã não se repita o mesmo,principalmente, por omissão das autoridades competentes de fiscalizar as irregularidades,não só em boates,mas em todas edificações.