A Sofist, empresa com especialidade em qualidade de software, elaborou um estudo sobre o desempenho de 146 e-commerces durante a Black Friday. De acordo com a empresa, o varejo brasileiro registrou uma perda de R$5 milhões nas primeiras 12 horas da Black Friday deste ano. O número é 39% menor que o do ano passado.
Essa perda se dá pelo fato do conflito da data de promoções com a Copa do Mundo. Diversos varejistas optaram por antecipar as ofertas e, devido a isso, o número de acessos foi bastante diluído durante as primeiras quatro horas de Black Friday. Segundo os dados da pesquisa, entre as 22 horas da quinta-feira (24) e 2 horas da manhã de sexta-feira (25), o tempo médio para o carregamento de páginas dos e-commerces foi de 3,4 segundos.
Segundo o Google, se o tempo de carregamento for maior que um segundo, o usuário perde o foco na tarefa que está realizando. A Sofist apontou que, entre os 146 e-commerces que foram acompanhados, pelo menos 7 deles ficaram fora do ar em algum momento, o que causou um prejuízo de aproximadamente R$2,4 milhões.
“A abertura da Black Friday neste ano foi muito tranquila. Quando olhamos para o número de acessos e o faturamento, percebemos que o evento não teve o impacto de vendas esperados pelos varejistas. Certamente, muitas lojas estavam preparadas para lidar com um grande número de acessos, mas a demanda não aconteceu”, disse o CEO da Sofist, Bruno Abreu.
A Black Friday deste ano foi mais morna do que de costume. Neste ano, o consumidor esteve mais cauteloso devido aos altos juros e o crédito limitado e, além disso, o varejo também forneceu descontos e promoções menores que os praticados nos últimos anos do evento.
Um outro ponto é que a data mais importante para o varejo no ano foi ofuscada pelo interesse na Copa do Mundo de 2022, que teve sua estreia na mesma semana da Black Friday. Dessa forma, os brasileiros acabaram procurando por eletrônicos, como smartphones e TVs, bem como outros produtos de menor valor, como camisetas da seleção brasileira e tênis, mas não foi algo que tenha aumentado as vendas consideravelmente.
Segundo uma pesquisa feita pela Geotrust em parceria com a ClearSale, a Black Friday fechou o dia com um faturamento de R$3,1 bilhões, o que representa um faturamento 34,18% menor que o mesmo evento no ano passado. Em relação aos pedidos, foram mais de 4,7 milhões, cerca de 28,24% menor que em 2021. Neste ano, 90% dos consumidores optaram por realizar compras online, segundo dados fornecidos pelo site Reclame Aqui.
“Não foi uma Black Friday eufórica”, afirmou o especialista em varejo, Alberto Serrentino, sócio da Varese Retail. Ainda, de acordo com ele, o calendário ficou confuso devido à Copa do Mundo, embora isso já tivesse sido previsto por boa parte do varejo. “Mas não acredito que isso tenha afetado negativamente a Black Friday, porque trouxe uma demanda concentrada em áudio e vídeo e esportes”, disse Alberto.
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