“Auxílio sem vacinação não vai adiantar”, diz ex-presidente do BC

O ex-presidente do Banco Central (BC), Affonso Celso Pastore, rasgou o verbo contra o Governo Federal nesta quarta-feira (3). De acordo com ele, o Governo foi “negligente” e o Ministério da Economia está sendo “omisso” nesta pandemia.

Entre outras coisas, ele disse que é importante pagar o Auxílio Emergencial para os mais humildes neste momento. Seja como for, na opinião dele isso não vai adiantar muito se o Governo não conseguir acelerar o processo de vacinação contra a Covid-19.

“O governo foi negligente com a vacinação, está expondo as pessoas a morrerem na linha do tiro. Isso tudo derruba o PIB. A perspectiva é de contração no primeiro trimestre”, disse Affonso em entrevista para o jornal Estadão.

“Não adianta vir só com auxílio emergencial e ‘blablablá’ de que somos liberais. Se não vacinar, não saímos desse problema”, acrescentou ele. De acordo com Affonso, o Governo teria que unir os dois pontos para conseguir sair da crise.

Curiosamente, o próprio Ministro da Economia, Paulo Guedes, vem dizendo isso também. Em declaração nesta quarta-feira (3), ele disse que espera que o Brasil vacine cerca de 25 milhões de pessoas por mês. De acordo com ele, isso vai ajudar o país a sair da crise.

Auxílio e vacinação

Mas o fato é que Pastore não poupou críticas para a atuação de Guedes. “Há uma omissão plena da equipe econômica no que diz respeito a um programa de consolidação fiscal que introduza confiança no país”, disse ele.

Pastore foi o 8º Presidente do BC na história do país. Ele comandou o banco lá entre os anos de 1983 a 1985, já na reta final do período da ditadura militar no país. Hoje ele atua como economista no estado de São Paulo.