Nesta terça-feira (18), em entrevista à GloboNews, o microbiologista Atila Iamarino afirmou que o mundo está “no caminho de transformar a Covid-19 numa gripe” através da vacinação. Segundo ele, os imunizantes são os principais responsáveis pelo fato de a variante Ômicron ser considerada mais leve.
Iamarino apontou que é preciso entender que a Covid-19 não vai desaparecer, mas “são as nossas atitudes” que podem amenizar o impacto do novo coronavírus. “Aprender a conviver com o vírus é adotar medidas que ajudam a gente a segurar ele no momento em que ele precisa ser segurado”, disse ele.
Atila disse também que a Ômicron mostra um pouco como o mundo terá que conviver com a Covid-19. De acordo com ele, uma nova variante que escapa das vacinas deve surgir no final da onda de casos provocada pela Ômicron, pois o coronavírus mostrou que tem capacidade de mutação parecida com o vírus da gripe comum.
“Agora, o que a Ômicron está mostrando — e eu espero que isso continue com as outras variantes — é que nas pessoas que estão imunizadas a doença ficou um pouco mais leve (…) Se as próximas variantes também forem transmissíveis, mas não causarem situação grave em quem está imunizado, a gente está no caminho de transformar a covid numa gripe, via imunização”, explicou.
Apesar de dizer que os sintomas da Ômicron em vacinados são mais leves, Atila recomenda que pacientes infectados tomem cuidado para não transmitir Covid-19 a outras pessoas, devendo cumprir isolamento e usar máscara de forma adequada.
Vacinação infantil contra Covid-19 é “fundamental”
Questionado sobre a vacinação infantil contra Covid-19, o microbiologista classificou a medida como “fundamental”.
“Elas [as crianças] não tinham um papel tão grande antes, quando ninguém estava vacinado e os adultos eram o problema maior. Mas agora elas passam a ser um dos elos fracos da nossa cadeia de proteção, bem como regiões com pouca vacinação no Brasil. Então, está mais do que na hora da gente cobrir de vacinas todo mundo que a gente pode”, argumentou Atila.
O uso da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 16 de dezembro. No entanto, ao invés de iniciar os preparativos da campanha de forma imediata, o Ministério da Saúde optou por fazer uma consulta pública sobre o tema. Com isso, a imunização infantil só começou nesta semana.