Arthur do Val anuncia que não vai concorrer a novo mandato como deputado

Arthur do Val, deputado estadual, anunciou nesta terça-feira (08) em uma carta enviada aos gabinetes dos deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que não concorrerá a um novo mandato nas próximas eleições. Essa decisão do parlamentar acontece após a repercussão de um áudio onde ele proferiu declarações machistas e misóginas contra mulheres que vivem na Ucrânia, país invadido pelas tropas russas.

“Aproveito, por oportuno, para comunicar aos meus colegas que não mais concorrerei ao cargo de deputado, sendo esse meu último ano nesta honrosa casa legislativa”, disse o parlamentar, que ainda pediu desculpas aos parlamentares pelas falas sexistas que foram ditas por ele.

“Assumo e entendo a necessidade desta Casa em aplicar-me uma punição. É justo e necessário, entretanto, peço encarecidamente que considere a ausência de dolo e de dano a terceiros na dosimetria da pena”, pediu o deputado, que em outro trecho, apesar de dizer que uma punição é necessária, ponderou que uma eventual cassação de seu mandato seria “uma punição excessiva”.

“Acredito que essa Casa terá a serenidade para aplicar uma pena justa, como suas tradições sempre mostraram”, disse o deputado. Por fim, ele também afirmou que sairá de seu partido, o Podemos, e deixará o Movimento Brasil Livre (MBL).

“Decidi me afastar do MBL porque o erro é meu e de mais ninguém. A responsabilidade do erro é minha e só minha, isso não tem nada a ver com nenhum outro membro do MBL, foi um áudio que eu mandei para um grupo e amigos meus e a responsabilidade é 100% minha, eu não tenho o direito de afetar a vida e a carreira de ninguém”, afirmou ele.

Consequências das falas do deputado

Nos últimos dias, desde que a gravação em que a fala sobre as mulheres ucranianas veio à tona, o deputado tem sofrido muitas consequências tanto no mundo da política quanto em sua vida pessoal. No campo político, ele desistiu de se candidatar ao governo de São Paulo e, como relatamos, corre o risco de perder seu mandato e, assim, ficar proibido de se candidatar por até dez anos. Já em sua vida pessoa, o parlamentar viu seu noivado terminar durante seu voo da Ucrânia para o Brasil.

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