A Argentina deu mais um passo na direção da legalização do aborto. De acordo com as informações oficiais, vai começar um debate de cerca de 30 horas na Câmara Legislativa do país. Depois disso, a tendência é que o projeto passe por uma aprovação.
Segundo informações da Câmara Argentina, o projeto em questão prevê a possibilidade de interrupção da gravidez até a 14ª semana de gestação. Seria portanto uma grande mudança em relação ao que se tem na legislação atual.
Hoje, as leis argentinas permitem o aborto em apenas duas ocasiões: a primeira é em caso de estupro e a segunda é em caso de risco para a saúde da mãe. É portanto uma legislação muito parecida com a do Brasil, que permite ainda a interrupção em caso de anencefalia.
A expectativa do governo do esquerdista Alberto Fernández é que a Câmara aprove o projeto sem maiores complicações. Isso acontece porque a maioria dos deputados são progressistas. Seja como for, mesmo depois de uma possível aprovação, o projeto ainda teria que passar pelo Senado.
Nas redes sociais, grupos pró e contra o aborto já marcam manifestações pelas ruas das principais cidades da Argentina. Por lá, as manifestantes favoráveis ao processo de aprovação costumam usar a cor verde nos protestos. Esse é uma questão deve voltar a acontecer agora.
Aborto na Argentina
A Argentina discutiu esse tema com muito fervor em 2018. Na ocasião, o país entrou em uma espécie de ebulição social por causa de protestos de lado a lado. A Câmara chegou a aprovar o texto, mas o Senado acabou barrando a proposta.
Na época, o presidente do país era Maurício Macri, de centro-direita. Em entrevistas, ele disse que se a Câmara e o Senado aprovassem o projeto ele assinaria e a ideia entraria em vigor. Agora, a tendência é que Alberto Fernández tenha a mesma postura caso o projeto passe pelas duas casas.