O episódio de racismo envolvendo o lateral Celsinho, do Londrina, que acusa um dirigente do Brusque de ofendê-lo no intervalo do jogo do último sábado, segue repercutindo nos bastidores do futebol.
O caso, relatado na súmula da partida de sábado (28) que terminou empatada por 0 a 0, foi inicialmente desmentido pelo clube catarinense, que ainda ‘acusou’ o atleta de ter se envolvido em outros dois episódios semelhantes neste ano.
Depois, com a repercussão negativa, o Brusque voltou atrás e publicou em seu site oficial uma nota pedindo desculpas ao jogador e dizendo que todas as providências serão tomadas.
Nesta terça-feira (31), foi a vez do zagueiro Betão, capitão do Avaí e próximo adversário do Quadricolor, que se posicionou nas redes sociais, onde fez durar críticas ao Brusque e saiu em defesa do jogador do Londrina.
“O que mais me chamou atenção foi a nota, dizendo que o atleta em questão está sempre envolvido em casos deste tipo, colocando o jogador como causador de tudo isso. Vamos pensar: se o atleta é negro e sofre injúria racial, se no nosso país é comum ocorrer, é obvio que ele sempre estará envolvido”, disse Betão em vídeo nas redes sociais.
Depois, o atleta ainda continuou criticando o clube de Brusque.
“Essa nota reflete o pensamento do nosso país, a ideia de que o preconceito não existe, é ‘mimimi’, coisa que a gente inventa. Mas a verdade é que só vai entender quem sofre, e nós sofremos, sim, preconceito racial no Brasil. Enquanto não houver punição severa, entendimento de que se trata de uma questão sociocultural, isso vai continuar”, disse o capitão do Avaí.
A ofensa
O árbitro da partida de sábado registrou, na súmula, que um membro do staff do Brusque falou para Celsinho: “Vai cortar esse cabelo, seu cachopa de abelha”.
Além disso, depois da partida Celsinho ainda disse em entrevista ter sido chamado de ‘macaco’ pelo mesmo dirigente.
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