Durante participação no ‘Quem Pode, Pod’, podcast de Giovanna Ewbank e Fernanda Paes Leme, Angélica recorda assédio sofrido quando tinha apenas 15 anos. A apresentadora diz que ficou sem reação na ocasião, onde vários homens teriam tocado seu corpo sem sua permissão.
Angélica recorda assédio sofrido com 15 anos
Na ocasião, recordada nesta última terça-feira (12), a apresentadora estava na França à trabalho, mas não sabia falar francês – e os fotógrafos que a acompanhavam também não conheciam uma palavra em português. Com isso, um grupo de homens se aproximou e cometeu os assédios. “Vários homens de 19 e 20 anos ficaram passando a mão em mim, enquanto eu fazia umas fotos. E eu parada, falando para as pessoas: ‘Eles estão passando a mão em mim'”, conta.
No entanto, Angélica acabou ‘ignorada’, já que os fotógrafos não estavam entendendo o que ela dizia. “Eles eram franceses, então não entendiam o que eu estava falando. Os fotógrafos não eram brasileiros, e eu não sabia falar francês. Eu fiquei petrificada ali, vendida”, diz.
Angélica ainda explica que só tocou no assunto porque isso incentiva outras mulheres a denunciarem situações de assédio. Ewbank, então, aproveitou para abrir um parênteses na conversa para lembrar que as vítimas costumam se culpar ou duvidar de si mesmas. A esposa do Luciano Huck, então, reforça: “Marca. Eles ‘só’ passaram a mão na minha bunda. No ônibus acontece muito, as mulheres sofrem isso direto. De alguma forma aquilo me agrediu, e foi uma agressão, ficou marcado ali”, desabafou.
Ademais, Angélica diz que quis usar sua voz como pessoa famosa para alertar e apoiar outras mulheres que passam pela mesma situação diariamente. “Acho que a nossa função como mulheres, como influenciadores, o que for, é incentivar as pessoas a falarem, porque a gente também tem crianças aí. Elas têm que saber o que elas podem deixar, o que elas não podem. A gente tem que ter essa conversa”, diz ela, por fim.
Leis
Ewbank recordou que Angélica já havia tocado no assunto antes, em entrevista com a ativista Luciana Temer. A apresentadora, então, explica: “Na verdade, ela veio falar comigo porque ela tem o Agora Você Sabe, do Instituto Liberta. E ela falou: ‘Eu preciso de alguém para falar disso’. Eu falei: ‘Vamos fazer uma entrevista e a gente começa esse movimento’. E aí, na conversa comigo, ela contou – e ela nunca tinha falado isso – que já tinha sofrido um estupro. Durante a entrevista, ela começou a me mostrar que violência não é só estupro. Violência é tudo, é botar a mão, é um monte de coisa. Eu comecei a ouvir aquilo e falei: ‘Gente, então eu já vivi isso'”, comenta. O Instituto citado tem como ideia recolher um milhão de depoimentos para conseguir, por meio do Congresso, leis mais efetivas contra o abuso de crianças e adolescentes.
Fernanda Paes Leme, por fim, acrescenta: “Todas nós”. “Todas nós. E a gente faz o quê? A gente dá aquele jeito para se proteger também. A gente minimiza. E não pode”, avalia Angélica.