Analistas dizem que perda de ritmo da economia consolida cenário para corte dos juros

A atividade econômica brasileira perde ritmo com o fim dos principais meses da colheita de soja e a manutenção dos juros altos sobre o consumo de bens e serviços, avaliaram nesta quinta-feira (20) analistas, que tiveram como base para a afirmação os indicadores que apontam resultados negativos em maio.

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Na quarta (19), o Monitor do Produto Interno Bruno (PIB) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sinalizou queda de 3% na atividade econômica ante abril. Antes, na segunda (17), o IBC-Br, divulgado pelo Banco Central (BC), já havia indicado uma baixa de 2% na mesma base de comparação.

De acordo com o jornal “Folha de S. Paulo”, analistas ouvidos pelo veículo afirmam que o freio da atividade ajuda a consolidar o cenário para o início dos cortes da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, marcada para o começo de agosto.

“Esses dados mais fracos da atividade econômica ajudam na justificativa para o Banco Central começar a cortar os juros em agosto”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, em entrevista ao jornal citado.

Conforme o economista, a principal dúvida, agora, é qual será a redução: se de 0,25 ou 0,5 ponto percentual. Segundo ele, no momento, a MB prevê baixa de 0,25 ponto percentual na Selic, que desde o ano passado se mantém em 13,75%.

“Não vejo motivos para o Banco Central não reduzir os juros em agosto”, afirmou Alex Agostini, economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, também em entrevista ao jornal citato. Para ele, caso o Banco Central demore para abaixar os juros, irá “jogar a atividade econômica no chão”.

Como relatado, o Banco Central vem mantendo a taxa de juros em 13,75% – a instituição dá como justificativa a tentativa de esfriar a demanda por bens e serviços para conter os preços e ancorar as expectativas de inflação.

O efeito deste percentual, um dos mais altos da história, é a perda no ritmo da atividade econômica, pois o crédito fica mais caro para as famílias e as empresas. Desde que assumiu a presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem se mostrando preocupado com o fato e, por isso, tem pressionando o Banco Central pela redução da Selic.

De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a queda de 3% sinalizada pelo Monitor do PIB em maio reflete principalmente o impacto do fim da colheita de soja, mais concentrada no primeiro trimestre. Não suficiente, o levantamento explica que os juros altos vêm trazendo dificuldades para um desempenho mais robusto da indústria e dos serviços.

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Alisson Ficher

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