Alta do preço de alimentos é três vezes superior à inflação

O Brasil está passando pela maior onda de aumento de preços de alimentos dos últimos 18 anos. Os combustíveis também batem recordes de preços e, em algumas cidades, ultrapassam a faixa de R$ 6. Na última sexta-feira (12), o  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística publicou que o aumento já é maior que 19,4%, o triplo do que o que havia sido previsto para a inflação no ano de 2021.  

No mesmo dia em que o IBGE lançou a pesquisa, Paulo Guedes manifestou-se de forma bastante positiva: “Eu entro no supermercado, as pessoas me agradecem. Isso me recompensa mais que qualquer elogio”.

A alta do dólar causada pelos juros baixos fez com que alguns alimentos duplicassem o valor. Em Brusque, Santa Catarina, o valor de 5kg de arroz custava, em média, R$ 10 e saltaram para R$ 35. Outros aumentos ocorreram em setores como carnes (29,51%) e até mesmo óleo de soja (87,89%). 

Bolsonaro criticou a política de “fique em casa” e aumento da inflação

Nesta manhã (15), enquanto estava prestando entrevistas no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro criticou a política de lockdown e apontou a mesma como culpada dos aumentos. “A política do ‘fique em casa’, feche tudo e destruir milhões de empregos… a consequência está aí”, acrescentou. Também abordou sobre os possíveis aumentos de ICMS provocados pelos governadores, mas a afirmação foi recusada em nota pelo Conselho Nacional dos Secretários de Fazenda (Consefaz).

Uma das principais causas do aumento foi devido ao câmbio. Ou seja, o dólar já estava caro e os donos de plantações e agricultores decidiram que iriam enviar os alimentos para fora já que o retorno monetário seria ainda maior. Com a baixa quantidade de estoques, o preço não demorou para subir de forma considerável. 

“Em geral, com crise econômica e menor demanda, o preço cai, mas o que estamos vivendo é a soma de crise econômica e inflação crescente, o que só demonstra o tamanho do desajuste da economia brasileira”, observa a técnica do Dieese, Adriana Marcolino. 

De acordo com o Partido dos Trabalhadores, somente nos últimos seis meses o número de pobres sofreu com o aumento de quatro vezes. Ao todo, foram mais de 22 milhões de pessoas que voltaram a se encaixar em condições precárias. A volta do auxílio emergencial pode mudar a situação, mas deve ocorrer somente no mês de abril. 

Leia mais: Mesmo sem Auxílio Emergencial, economia cresceu 1% no mês de janeiro

Daiane Souza

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