Com a pandemia, hábitos e comportamentos foram incorporados à nossa rotina, o que alguns especialistas vem chamando de “alma digital”. Por exemplo, empresas passaram por transformações e investiram em estratégias no ambiente virtual.
Mas será, afinal, que todo este consumo digital é uma tendência permanente? O consumidor será uma “alma digital”, depois que uma solução definitiva for descoberta para o fim da contaminação pelo coronavírus?
Entenda esse novo perfil e a “alma digital”
Antes de tudo, convém entender melhor como é o perfil deste novo consumidor, essa “alma digital” que ele ganhou com a pandemia. De acordo com a diretora-executiva do Bradesco, Glaucimar Peticov, por exemplo, para alcançar o “novo consumidor”, não bastará um “mundo digital”. Mesmo, porque, segundo a executiva, isto já é realidade há alguns anos. É preciso que as empresas fiquem ainda mais atentas a qualidade que este mundo proporciona.
“O mundo digital acelerou ainda mais com a pandemia. No entanto, é preciso valorizar o humano também. Os rumos não podem enxergar apena uma alma digital. Assim, temos que ter a consciência, mais do que nunca, de que estas relações precisam ser duradouras, éticas e com empatia. Vimos que estes modelos digitais têm uma base de interação social. Desta forma, por mais digital que o consumidor está se tornando, ele continua sendo uma pessoa.”, pondera Glaucimar.
A alma digital e Tendências…
Outro ponto é a popularização da telemedicina em tempos de pandemia. O atendimento em saúde no consultória será substituído pela “medicina remota”?
Para a diretora de negócios do Grupo Fleury, a resposta é não. A telemedicina veio para ficar, de acordo com ela, tende a dominar a área da saúde, após a pandemia.
Já o professor e vice-presidente da Tecnisa, Romeo Deon Busarello, diz que toda esta revolução digital. trazida com a pandemia, ocasionou a chamada “alma digital”. As companhias, de acordo com ele, precisam ficar atentas a isto…
“A Tecnisa, por exemplo, sempre foi uma empresa muito digitalizada. Há mais de 10 anos temos uma produção digital intensa. Hoje, 98% das nossas vendas são mediadas pelo digital.”, explica Busarello. “No entanto, fomos atirados para 2030 sem paraquedas e essa digitalização do nosso modo de viver implicará na criação explosiva de novos negócios. E, este é um dos legados que a pandemia vai nos deixar. Tínhamos muitas armas digitais, porém, todos passamos a ter uma alma digital, o que é diferente…”, pondera.
O executivo ainda completa: “As pessoas já começaram a integrar esta alma digital e as empresas abondaram gambiarras. Ou seja, ou você é digital ou não é. Muitos hábitos novos foram incorporados e ficará para uma nova sociedade mais digitalizada. Isto impactará diretamente no dia a dia das empresas, porque todos agora precisam ter esta alma digital”, conclui.