O preço dos alimentos básicos está mais caro em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em suma, as maiores altas registradas são em Florianópolis (9,80%), Salvador (9,70%) e Aracaju (7,13%). Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos e foram divulgados nesta terça-feira, dia 6.
De acordo com o Dieese, alimentos básicos são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês.
Além disso, o levantamento estimou o valor do salário mínimo necessário. Em resumo, a análise levou em consideração a cesta básica de Florianópolis, que é a mais cara registrada em setembro, custando R$ 582,40. Segundo o Dieese, o salário mínimo deveria ser equivalente a R$ 4.892,75. Ou seja, 4,68 vezes o valor do salário mínimo vigente, que é de R$ 1.045,00.
O cálculo é realizado ao considerar que uma família é composta por dois adultos e duas crianças. Em agosto, o valor estimado chegou a R$ 4.536,12, o que equivale a 4,34 vezes o mínimo vigente.
Ao mesmo tempo, a pesquisa comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido. Ou seja, com os descontos referentes à Previdência Social, que é de 7,5% desde março deste ano, devido à Reforma da Previdência. Dessa forma, o resultado mostra que o trabalhador compromete 51,22% do salário mínimo líquido para comprar alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em comparação com agosto, o valor subiu, já que o percentual ficou em 48,85% do salário comprometido.
Veja a variação no preço dos alimentos
Houve um destaque para o preço do óleo de soja, que subiu em todas as capitais. A elevação foi mais acentuada em Natal (39,62%), Goiânia (36,18%), Recife (33,97%) e João Pessoa (33,86%). De acordo com o levantamento, a demanda externa e interna provocou baixa nos estoques brasileiros de soja e derivados.
Arroz agulhinha também é outro alimento que puxou a alta do preço nas cestas básicas. Com subida em todas as 17 capitais, as maiores variações ocorreram em Curitiba (30,62%), Vitória (27,7%) e Goiânia (26,40%). Nesse caso, os baixos níveis dos estoques também provocaram o aumento no preço do arroz, além do alto volume de exportação. Contudo, os efeitos da importação do item com imposto zero não foram registrados neste levantamento de setembro.
Carne bovina também subiu em todas as capitais, com exceção de Porto Alegre, onde registrou queda de 0,49%. A maior alta ocorreu em Florianópolis, de 14,88%. Os altos custos dos insumos e a menor oferta de animais para abate contribuíram para esse resultado. Já o preço da banana variou positivamente em 15 das 17 capitais. As maiores altas ocorreram no Rio de Janeiro (19,01%), em Aracaju (18,93%) e Porto Alegre (17,76%).
Além disso, o valor médio do açúcar subiu também em 15 capitais, principalmente em Salvador (8,19%) e em Brasília (8,06%). Leite integral registrou alta em 14 capitais. Alguns dos fatores que provocaram a alta da carne bovina também aumentaram o preço do leite. Por fim, o tomate ficou mais caro em 14 capitais, com destaque para Salvador (32,12%) e Porto Alegre (29,11%). A menor disponibilidade do item encareceu o seu preço.
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