Aliados de Bolsonaro dominam cúpula da CPI do MST; comissão vai mirar quem banca movimentos

Ricardo Salles (PL), deputado federal, afirmou nesta segunda-feira (01) que o nome favorito para assumir a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST é o deputado tenente Zucco (Republicanos). A revelação foi feita durante uma entrevista ao canal “Globo News”.

O tenente foi o candidato a deputado federal mais votado nas eleições de 2022 no estado do Rio Grande do Sul – ele recebeu 259.023 votos. Em 2018, o parlamentar também foi o candidato mais votado no estado, mas, na ocasião, o cargo em questão era o de deputado estadual.

Ao longo da campanha, o tenente esteve ao lado de aliados de Bolsonaro como o candidato derrotado a governador Onyx Lorenzoni (PL) e do candidato eleito ao senado Hamilton Mourão (Republicanos), que foi vice do ex-presidente durante seu mandato.

O nome do parlamentar apareceu como incentivador dos atos antidemocráticos de bolsonaristas contra o resultado das eleições de 2022. Por conta disso, seu nome figura na lista de investigados que foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

No documento da Polícia Civil, há a citação sobre uma postagem feita por Zucco. Na oportunidade, ele publicou a foto de um ato antidemocrático em frente ao Comando Militar do Sul que bloqueou vias da região – a Brigada Militar orientou os integrantes a desobstruí-las, e o MPF recomendou que a prefeitura de Porto Alegre atuasse para isso acontecer.

Durante a entrevista nesta segunda, Ricardo Salles disse que já tem apoio para relatar a CPI e, assim, ajudar Zucco nos trabalhos. Nesse sentido, caso os nomes de Ricardo Salles e Zucco sejam confirmados, a comissão, em maioria composta por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem tudo para dar muita “dor de cabeça” para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ricardo Salles foi questionado durante a entrevista se o foco da CPI será chamar líderes de todos os estados para que eles possam falar e, depois disso, a comissão mirar quem está bancando os movimentos. “Vamos fazer o caminho do dinheiro, ver quem está bancando. E chamar autoridades, governadores”, disse ele, que durante o governo Bolsonaro foi ministro do Meio Ambiente.

Segundo ele, seu desejo é promover uma discussão sobre regularização fundiária no Brasil. “Eu queria fazer essa discussão da regularização fundiária e falar de terra indígena, problemas fundiários, onde tem unidade de conservação, assentamento do Incra”, disse Ricardo Salles, que afirmou ser pré-candidato à prefeitura de 2024 em SP.

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