A veterinária Jussara Sonner, acusada de ter burlado o sistema de vacinação de Guarulhos, na Grande São Paulo, e ter tomado três doses de vacinas contra a Covid-19, terá que pagar R$ 50 mil de indenização ao Poder Público, responsável pela vacinação, decidiu nesta segunda-feira (17) a Justiça de São Paulo.
De acordo com as informações, Jussara Sonner completou o esquema vacinal com duas doses da Coronavac em fevereiro e março de 2021 em uma UBS de Guarulhos. Não satisfeita, e por conta própria, ela tomou a dose única da vacina da Janssen. Importante lembrar que a dose de reforço começou a ser recomendada apenas em setembro de 2021, ou seja, meses depois da ação da veterinária.
Veterinária foi às redes sociais
Assim como publicou o Brasil123 na época, além de ter publicado o comprovante de vacinação nas redes sociais, Jussara Sonner chegou a narrar como fez para tomar as três doses da vacina no município. De acordo com a mulher, ela foi até uma Unidade Básica de Saúde (UBS) que estava sem computadores para verificar se o nome dela já constava no sistema de vacinação.
Por conta disso, o poder público paulista entrou com uma ação contra a veterinária, que chegou a contestar o fato dizendo que a publicação na rede social tinha sido “restrita somente para pessoas do seu convívio social”. Além disso, a mulher também afirmou que resolveu tomar a vacina porque, após um exame sorológico, descobriu que não estava 100% protegida contra o vírus.
A justificativa, no entanto, não foi levada em consideração pelo juiz Rafael Tocantins Maltez, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Guarulhos. De acordo com o magistrado, a atitude da veterinária de tomar uma terceira dose da vacina não poderia ter sido tomada de forma isolada, sem pensar no coletivo.
Nesse sentido, ele afirma que “a indenização por danos morais coletivos serve de exemplo e de fio condutor a desestimular a prática de burlar regras socialmente necessárias em momento tão delicado como da atual pandemia”. Por fim, o juiz ainda revela que o valor da indenização será repassado para um fundo gerido por um Conselho Estadual em conjunto com o Ministério Público e representantes da comunidade de Guarulhos.
Leia também: Prefeitura de São Paulo só tem testes de Covid-19 para mais 15 dias