Em sessão virtual nesta segunda-feira (19), a Organização Mundial de Saúde (OMS), informou que a variante Delta da Covid-19 circula em mais de 111 países. Segundo a líder técnica da resposta à pandemia, Maria Van Kerkhove, esse número pode ser ainda maior, pois muitos países têm capacidade limitada de fazer o sequenciamento do vírus para identificar a variante.
“Estamos buscando entender por que a variante delta é mais transmissível”, disse Kerkhove. De acordo com ela, todas as informações sobre a variante Delta serão reunidas, para que a OMS avalie se é preciso fazer mudanças nas orientações sobre o enfrentamento à pandemia.
Dados apontam que a variante Delta tenha causado o aumento no número de hospitalizações em dois países, segundo Kerkhove. “Não vimos, porém, isso se traduzir em maior gravidade nos casos, nem em mais mortes”, diz a especialista.
Na mesma sessão, a OMS também disse que a cepa Lambda, detectada no Peru pela primeira vez, já se encontra em mais de 30 países e segue monitorada como “variante de interesse” pela entidade.
“A variante Delta em um cenário no qual nem todos têm acesso à vacina, no qual há o aumento da mobilidade de pessoas, com aglomerações, e retirada de medidas de restrição, é uma loteria mortal que estamos jogando”, disse a Kerkhove. “Essa não é a última variante de preocupação da qual falaremos. Não dizemos isso para assustar as pessoas, mas porque há muito que podemos fazer”.
Covid-19 nas Américas preocupa a OMS
De acordo com a OMS, mais de 1 milhão de novos casos positivos de Covid-19 e cerca de 22 mil mortes ocorreram nas Américas na última semana, o que representa 25% do total global de novas infecções e 40% de óbitos de todo o mundo. Apenas no Brasil foram reportados aproximadamente 300 mil novos casos no período.
“Todos os países na América do Sul passam por uma situação muito difícil e nem todos têm as ferramentas para lidar com a situação”, disse a líder técnica da OMS.
Por conta da baixa taxa de vacinação contra Covid-19 nas Américas, o número de novos casos reflete diretamente no número de hospitalizações, apontou o diretor executivo da OMS, Michael Ryan.
“As Américas do Sul e Central precisam de mais vacinas para quebrar o ciclo de alta nos casos resultarem em alta de hospitalizações e mortes”, alertou.