Advogados de Bolsonaro querem detalhes em processo que pode deixar ex-presidente inelegível

A defesa de Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República, foi ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedir com que a Corte solicite ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma autorização para que seja possível acessar os resultados de perícias realizadas na chamada “minuta do golpe”.

De acordo com informações do canal “Globo News”, os advogados do ex-chefe do Executivo e também de Walter Souza Braga Netto, que concorreu como vice de Bolsonaro nas eleições de 2022, desejam saber os nomes das pessoas que tiveram digitais registradas no documento.

Esse pedido foi apresentado no âmbito de uma ação no TSE, que hoje investiga acusações de abuso de poder político por conta da reunião realizada por Bolsonaro com embaixadores em julho do ano passado – na ocasião, ele fez ataques sem provas ao sistema eleitoral brasileiro.

Assim como publicou o Brasil123, a minuta do golpe, um documento considerado inconstitucional por especialistas, foi encontrada por agentes da Polícia Federal (PF) durante buscas na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que é aliado do ex-presidente.

No documento, constava a ideia de instaurar um estado de defesa no TSE e, assim, mudar o resultado das eleições do ano passado vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – a minuta foi incluída na investigação sobre o encontro com os embaixadores por conta de um pedido do PDT e pode levar Bolsonaro à inelegibilidade.

Recentemente, a defesa de Bolsonaro pediu ao TSE que a minuta fosse retirada do processo que está na corte, mas o tribunal optou por manter o tema na ação. Por conta disso, os advogados do ex-presidente apresentaram novo recurso. Desta vez, para que o STF decida sobre a questão.

No pedido, revelado em detalhes neste domingo pelo canal “CNN Brasil”, os defensores do ex-presidente, que se encontra nos Estados Unidos, deixaram claro que o fato de pedirem informações sobre a minuta não significa que concordam com a manutenção do tema no processo.

“Faz-se mister, portanto, deixar explícito que o fato de os investigados passarem a requerer diligências e provas nesta oportunidade (para além dos fatos descritos na petição inicial, que se limita ao evento ocorrido no dia 18.7.2022) não significa, em absoluto, anuência ou concordância com o expediente adotado no feito”, escreveram os advogados de Bolsonaro.

Não suficiente, os defensores do ex-presidente disseram que não pretendem, agora, indicar testemunhas para falar sobre o documento. Isso porque, de acordo com eles, Bolsonaro desconhece tanto origem e autoria quanto a pertinência e conveniência do documento encontrado na casa de Anderson Torres, que atualmente está preso.

Leia também: Avaliação de Lula já é maior que do antigo governo

Alisson Ficher

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