Uma adolescente, de 14 anos, denunciou ter sido vítima de ameaças e racismo no colégio estadual cívico-militar que ela estuda, em Curitiba, no Paraná. De acordo com as informações, a garota parou de frequentar o local na quarta-feira (17), após ter recebido uma ameaça de morte.
Em entrevista ao portal “G1”, os pais da garota afirmaram que o primeiro caso de ofensa aconteceu no última dia 10 de novembro, quando a menina, segundo eles, encontrou um caderno rabiscado com injúrias e xingamentos.
“Onde já se viu ter um preto nesse colégio” e “preta desgraçada” eram os recados no caderno da garota. De acordo com os pais da adolescente, eles só ficaram sabendo do caso depois que uma amiga da jovem contou para eles o que estava acontecendo.
“Nesse primeiro dia não foi a escola quem fez o contato, mas uma amiga da minha filha, porque ela não conseguia nos contar. Estava muito chorosa”, contaram os pais, que ainda explicaram que, depois de o caso ter vindo à tona, amigos da adolescente realizaram um ato contra o racismo no colégio.
Adolescente ameaçada
Uma semana depois da primeira ofensa, que acarretou no registro de um boletim de ocorrência, a jovem tornou a ser xingada. Desta vez, as ofensas vieram seguidas de uma ameaça. “Vou te matar, preta desgraçada'”, escreveu alguém.
Mesmo com todo o ocorrido, os pais da estudante dizem que estão se mantendo forte e, nesse sentido, desejam que a filha volte para a escola nos próximos dias, sabendo que ela é uma “negra e amada”.
“A minha vontade é para que a minha filha volte para a escola segura, sabendo que é negra e amada, pela família e colegas. Infelizmente, a gente passa por isso todo dia, é o racismo velado. Falei para minha filha que a chance de acontecer de novo é grande”, finalizou.
Suspeito ainda não identificado
Segundo as informações, o suspeito de cometer as ameaças e ofensas ainda não foi identificado. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed), responsável pela escola cívico-militar, afirmou que está ciente da situação e acompanhando o trabalho da polícia para identificar o autor das mensagens.
“A Secretaria está dando todas as informações necessárias e acompanhando o caso. Todas as medidas cabíveis foram tomadas na escola, com trabalhos de orientação e conscientização aos alunos e toda a comunidade escolar”, afirmou o diretor de Educação, Roni Mirada.
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