“Acho imoral”, diz ex-presidente da Anvisa sobre compra de vacinas contra Covid-19 por empresas
Gonzalo Vecina Neto afirma que vacinação é ato coletivo
Em entrevista à CNN Brasil, o ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina Neto, disse que considera “imoral” o projeto de lei que prevê a compra de vacinas contra Covid-19 por empresas privadas no Brasil.
De acordo com Vecina Neto, a vacinação é um ato coletivo, não individual, e por isso deve ser organizada em massa e gratuitamente pelo Programa Nacional da Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. Se empresas passarem a comprar imunizantes para seus funcionários, o planejamento do Ministério não será cumprido.
“Acho imoral, através de ter dinheiro, conseguir ter vacina. Acho que o esforço que o país tinha que fazer era garantir imunizante para os grupos prioritários o mais rápido possível”, disse ele, em entrevista à CNN Brasil.
O ex-presidente da Anvisa avalia que a qualidade das vacinas contra Covid-19 que podem vir a ser compradas por empresas privadas provavelmente é pior. “As grandes farmacêuticas multinacionais, que são as principais, não vão vender para a iniciativa privada”.
O texto-base do projeto de lei foi aprovado na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (6) e, caso o projeto acabe se tornando lei, Vecina Neto acredita que o risco da pandemia de Covid-19 seguir descontrolada no Brasil é alto. A votação do PL seguirá nesta quarta (7).
“Ou nós conseguimos vacinar a população brasileira ou o vírus continuará circulando. Temos que garantir para toda a população e particularmente para os grupos mais vulneráveis. Se não, não conseguiremos paralisar a doença, como agora em abril, que enfrentaremos o pior mês da pandemia”, estimou Vecina Neto.
Gabbardo também critica compra de vacinas contra Covid-19 por empresas
Assim como o ex-presidente da Anvisa, o coordenador executivo do Centro de Contingência da covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, não acha justo que uma parcela da população passe na frente dos grupos prioritários na fila da vacinação contra Covid-19.
“Depois que terminarmos a vacinação com a população prioritária, a partir daí acho que é possível que tenhamos uma ampliação da vacinação para toda a população e, no caso, as empresas então poderão disponibilizar as vacinas para seus funcionários. Mas isso só depois de toda a população prioritária estar já vacinada”, afirmou Gabbardo à CNN Brasil.
Depois que os grupos prioritários estiverem vacinados, o governo de São Paulo pretende comprar mais doses de imunizantes além daquelas já vendidas ao Ministério da Saúde.
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