Presidente da Caixa Econômica quer acelerar pagamento do Auxílio Brasil

A tentativa de acelerar o pagamento do Auxílio Brasil vem da nova presidente da Caixa, Daniella Marques. Ela e o Ministério da Cidadania tentam acelerar a operacionalização dos pagamentos do benefício em caso de aprovação da PEC.

Além das propostas relacionadas aos benefícios, um estado de emergência também está previsto. Isso porque para conseguir colocar em prática os aumentos, será necessário driblar as restrições eleitorais. 

Porque acelerar o pagamento do Auxílio Brasil?

A PEC 16 já passou pelo Senado Federal e agora aguarda aval da Câmara dos Deputados para ser promulgada. No entanto, Daniella, juntamente com o ministro da Cidadania já traçaram um plano de ação para agilizar os pagamentos.

A ideia é que todos os benefícios sejam pagos a partir de julho, exceto o adicional do Auxílio Brasil, que seria implementado a partir de 1º de agosto.

— A gente já está adiantando as minutas contratuais entre o Ministério da Cidadania e a Caixa para que, se realmente for aprovada e promulgada essa PEC, a gente faça chegar o auxílio para os brasileiros que mais precisam o mais rápido possível — disse Marques.

— Isso depende um pouco ainda da duração do processo legislativo, então não posso afirmar se será no mês de julho ou na próxima janela, mas como é uma camada adicional, a gente consegue operacionalizar provavelmente tudo rápido — completou.

A sinalização foi dada em entrevista coletiva após a cerimônia de posse da nova presidente, realizada na sede do banco em Brasília.

Polêmicas envolvendo a Caixa Econômica

A indicação de Marques ocorreu após seu antecessor, Pedro Guimarães, ser acusado de assédio sexual na terça-feira passada (28). A presidente defendeu o silêncio do líder do governo, afirmando que não há conclusões sobre o caso. 

— O presidente Jair Bolsonaro tomou a atitude necessária para proteger a imagem da Caixa, afastar os envolvidos. Não tem manifestação ainda nenhuma porque não tem conclusão neste caso.

Durante a cerimônia de posse, que foi transmitida pelas redes sociais, Bolsonaro ignorou as acusações de assédio contra o ex-presidente da Caixa e fez campanha política. 

As primeiras falas de Bolsonaro sobre as denúncias foram: — Foi afastado o presidente da Caixa, tá respondido? Ou melhor, ele pediu afastamento, tá?

Investigações

Para a nova presidente da estatal criar um ambiente seguro para as vítimas é prioridade. No entanto, Daniella defende a  “independência das apurações”. E completou:

— Ninguém tem interesse em perseguir nem proteger ninguém. Eventualmente nesse momento a gente tem que ter rigor e seriedade de obviamente, se aconteceu, as punições cabíveis serão aplicadas.

Na última quinta-feira (30) o conselho de administração da Caixa exigiu a contratação de uma auditoria externa para apurar os fatos e rastrear demais envolvidos no caso. Além disso, Marques anunciou o “Diálogo Seguro Caixa”. 

— Vai ser um canal de diálogo exclusivo para mulheres nos próximos 30 dias, diretamente comigo.

Por fim, a presidente pretende afastar todos os 26 consultores estratégicos ligados à antiga presidência do banco e que foram indicados por Guimarães. Segundo ela, por um “estilo de gestão”.

Daniella também não revelou se teve contato com Pedro Guimarães desde as denúncias.