Uma ação da Polícia Militar (PM) deflagrada na comunidade Solar do Unhão, em Salvador, na Bahia, culminou em três mortes nesta terça-feira (01). De acordo com pessoas que vivem no local, os policiais chegaram atirando e jogando gás lacrimogêneo nas pessoas.
Segundo informações publicadas pelo portal “G1”, durante o evento, três pessoas foram baleadas: Alexandre dos Santos, de 20 anos, Patrick Sapucaia, de 30, e outra mulher, da mesma idade, que não teve seu nome revelado e teria deficiência intelectual.
As três vítimas foram resgatadas com vida e levadas para um hospital na região. No entanto, por conta da gravidade dos ferimentos, essas acabaram não resistindo e indo a óbito. Em nota, a PM afirmou que o trio morreu durante uma troca de tiros, uma versão contestada pelos moradores, que falam em execução.
Também segundo Silvana dos Santos, mãe de Alexandre, os agentes da PM chegaram atirando contra os moradores. Ainda conforme a mulher, quando ela viu seu filho ferido, pediu a ajuda dos policiais, o que foi negado pelos agentes.
“Eles chegaram atirando. Eu não tenho que esconder meu rosto, porque eu não sou uma criminosa. Eu cheguei e falei: ‘moço, eu quero ver meu filho’, e eles apontaram as armas para mim. Eu sou uma criminosa? Se eu fosse criminosa, eu estava mostrando meu rosto? Eu não vou pedir justiça para o homem, não. Eu vou pedir justiça para Deus, porque tudo posso naquele que me fortalece”, disse a mulher.
Protesto pelas mortes envolvendo a PM
Logo depois da ação da PM, moradores do bairro fizeram um protesto pedindo o fim da violência policial na comunidade. Na ocasião, outra parente de Alexandre, que preferiu não se identificar, também afirmou que não houve troca de tiros.
“A polícia chegou aqui para fazer o trabalho dela, mas fez um trabalho truculento. Os policiais chegaram com a viatura dando muitos tiros, chegaram com bombas de lacrimejantes [gás lacrimogêneo], mataram dois meninos aqui, com requintes de crueldade”, disse a mulher.
Em nota, a PM sustentou a versão dos agentes de que houve um tiroteio e os agentes apenas reagiram. Apesar disso, a corporação afirmou que abrirá uma sindicância que será responsável por investigar o fato ocorrido no bairro de Salvador.
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