Nesta sexta-feira (8), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que é “absolutamente contrário” às leis que obrigam o uso de máscaras de proteção contra a Covid-19 e ao chamado “passaporte da vacina”, que exige apresentação do comprovante de vacinação para liberar a entrada em certos locais.
“Essa história de lei para obrigar qualquer coisa é absurda, primeiro que não funciona. O que temos que fazer é as pessoas aderirem às recomendações sanitárias, o cuidado é individual, o benefício é de todos”, declarou. “Passaporte disso, passaporte daquilo, a população brasileira em breve vai estar toda vacinada.”, completou o ministro.
Na avaliação de Queiroga, os decretos que instituíram a obrigação do uso de máscaras e o “passaporte da vacina” seriam o que chamou de “legislorragia inútil”.
“Absolutamente contrário a essas leis”, disse o ministro. “Não precisa de lei mandar fazer, nós já temos. Parar com essa mania de legislorragia inútil, usa máscara, tem que trocar a máscara de quanto em quanto tempo, como eu fiscalizo isso? A gente precisa é conscientizar as pessoas e parar com essa história de dividir a população brasileira.”
Não é a primeira vez que o ministro da Saúde se diz contrário a tais medidas. Em agosto ele afirmou que o passaporte da vacina “não ajuda em nada”. “Somos contra isso. O povo brasileiro é livre, queremos que as pessoas exerçam de acordo com sua consciência”, disse o ministro na ocasião.
Fiocruz defende uso de máscaras contra Covid-19
Ao contrário do que prega o ministro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomenda o uso de máscaras e outras medidas preventivas, como o distanciamento social e a higienização das mãos, até que pelo menos 80% da população brasileira esteja totalmente vacinada contra a Covid-19.
A Fiocruz também defende a implementação do passaporte da vacina, classificando-o como uma “importante estratégia” para estimular e ampliar a vacinação no país. Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro o passaporte da vacina já é uma exigência para liberar a entrada em certos locais.
Em meio à polêmicas sobre o uso de máscaras e a vacinação contra Covid-19 no ano que vem, o ministro Marcelo Queiroga foi convocado para prestar um novo depoimento à CPI da Covid.