Nesta segunda-feira (2), o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, disse que 68 cidades do estado de São Paulo baixaram decretos proibindo o retorno das aulas presenciais durante a pandemia de Covid-19. Tais decretos afetam 91 mil alunos espalhados em 194 escolas, 4% do total de estudantes da rede estadual.
Embora o governo de SP tenha autorizado as escolas públicas e privadas a receberem 100% dos alunos, desde que seja respeitado o distanciamento de 1 metro, os municípios têm autonomia para decidir sobre a reabertura.
“Aqui fica meu apelo aos prefeitos para que parem e pensem nas crianças. Porque nessas cidades, na maioria delas, tem bar aberto, tem restaurante aberto, tem tudo aberto, mas estão com um decreto que não faz sentido”, disse Rossieli, no primeiro dia volta às aulas presenciais na Escola Estadual Dom Agnello Cardeal Rossi, na capital paulista.
“Escola é ambiente que tem controle e se a gente quer desenvolvimento das nossas crianças tem que ser a prioridade.”, defende o secretário estadual de Educação.
Obrigatoriedade de assistir aulas presenciais em SP será discutida
As escolas que não possuem estrutura capaz de seguir a regra de distanciamento mínimo de 1 metro entre alunos e professores precisarão fazer revezamento de estudantes. Questionado se a desigualdade de estrutura entre a rede pública e privada seria um problema na volta às aulas presenciais, Rossieli afirmou que “nesse momento” o tema não o preocupa.
“A maior desigualdade que a gente tem que competir não é com a escola privada, não me preocupa essa desigualdade nesse momento. Me preocupa a desigualdade dentro dessa sala de aula onde um menino conseguiu avançar mais na alfabetização do que outro”, explicou o secretário.
Nos municípios onde a volta às aulas foi autorizada, a presença do aluno continua opcional. De acordo com Rossieli, a obrigatoriedade de assistir aulas presenciais será debatida na segunda quinzena de agosto, quando o governo estadual prevê ter finalizado a vacinação contra Covid-19 da população adulta com a primeira dose.
“Vamos analisar com os dados dos primeiros dias [do retorno], a situação da pandemia com a área da Saúde [para estabelecer a presença obrigatória].”, disse Rossieli.