A pandemia tem sido catastrófica para muitas pessoas que foram pegas na tranquilidade do lar e da rotina, imaginem para aqueles que foram atingidos à procura de um lugar melhor para viver ou retornavam para a própria terra natal.
As restrições impostas à mobilização criadas com o intuito de conter a disseminação do novo coronavírus Covid-19 acabaram por reter 2,75 milhões de pessoas em suas trajetórias migratórias. Para piorar, de acordo com a OIM (Organização Internacional para Migrações), da Organização das Nações Unidas (ONU), essas populações têm sido vítimas de discursos de ódios nos países em que se encontram.
A internet e a xenofobia
A principal fonte difusora de tais discursos de ódio tem sido a Internet. De modo que com a fragilização econômica e trabalhista aprofundada pela pandemia, os sujeitos que não conseguiram completar os seus destinos são alvos de uma violência de níveis inéditos. A xenofobia sempre foi presente, em menor ou maior grau, em diversos países, sobretudo aqueles que são comumente escolhidos como destino final. No entanto, a pandemia parece ter aprofundado o ódio pela população migrante.
Quem são
Segundo a OIM, em matéria publicada pela Folha de São Paulo, migrantes “encalhados” são aqueles que pretendiam voltar para seu país de residência, mas foram impedidos de fazê-lo. Os dados foram computados durante três meses em 382 locais de 101 países.
Os 2,75 milhões, no entanto, são apenas aqueles que procuraram a OIM ou foram até encaminhados às instituições responsáveis, chegando em seguida até a OIM. O que quer dizer que a cifra pode ser consideravelmente maior, visto que nem todos tiveram a oportunidade de por em curso as medidas protetivas cabíveis.
Quanto mais a pandemia se estende, mais se estendem também tais medidas protetivas, o que leva aos migrantes procurarem formas de sobrevivência. Dessa forma, podem não só ser alvo de violência, como também serem submetidos a trabalhos precários ou até mesmo em condições escravas. Além de sequestro para tráfico humano e exploração sexual. Sem falar na exposição ao coronavírus em virtude da falta de acesso à estruturas sanitárias adequadas.