O 13º salário do INSS sempre funcionou como um reforço de caixa essencial para milhões de aposentados e pensionistas. Durante a pandemia, o governo adiantou a primeira metade dessa renda para abril e maio, garantindo fôlego em um período delicado. Em 2024, no entanto, o ritmo volta ao normal.
A decisão do Ministério da Previdência Social de cancelar a antecipação exige atenção redobrada. Neste artigo, você entenderá as razões da mudança, o calendário atualizado e estratégias práticas para manter as contas em dia, mesmo sem o dinheiro extra no primeiro semestre.
Por que o governo mudou o calendário do 13º salário do INSS
Entre 2020 e 2023, a antecipação do 13º salário do INSS foi adotada para conter os efeitos econômicos da Covid-19. Com indicadores sanitários mais estáveis, o Ministério da Previdência Social anunciou o retorno ao modelo tradicional, buscando “restabelecer a normalidade operacional”, conforme nota oficial.
Outros fatores influenciaram a decisão:
- Equilíbrio fiscal: o Tesouro Nacional evita pressões de caixa concentradas no primeiro semestre.
- Padronização de sistemas: folha de pagamentos do INSS volta a seguir parâmetros anteriores à pandemia.
- Previsibilidade para o orçamento federal de 2024.
“A partir de agosto de 2024, o pagamento do abono voltará a ocorrer em duas parcelas regulares, garantindo organização e transparência para o segurado”, afirmou o Ministério da Previdência.
Como fica o novo calendário: datas e quem recebe
O calendário de pagamentos considera o último dígito do número de benefício (NB) antes do traço. Confira o modelo divulgado pelo INSS:
- Primeira parcela: junto com o benefício de agosto.
- Segunda parcela: liberada com o pagamento de novembro.
Isso vale para:
- aposentadorias;
- pensões por morte;
- auxílio-acidente;
- auxílio-reclusão;
- salário-maternidade (quando durar mais de um mês).
Benefícios assistenciais (BPC/Loas) não recebem o abono natalino, mantendo regra anterior.
O que muda no bolso: impactos para aposentados e pensionistas
Sem o aporte em abril e maio, muitos segurados perderão um importante amortecedor financeiro. Segundo dados do Dieese, cerca de 35% dos aposentados utilizam a primeira metade do 13º para pagar contas de início de ano, como IPVA e material escolar de netos.
Principais efeitos da nova lógica:
- Fluxo de caixa concentrado no segundo semestre, o que pode elevar a tomada de crédito no começo do ano.
- Endividamento rotativo maior entre março e julho, caso não haja reserva.
- Ajuste no consumo: compras de saúde, pequenas reformas ou viagens precisarão de planejamento mais detalhado.
A boa notícia é que o valor total permanece intacto: cada segurado seguirá recebendo exatamente o equivalente a um salário-benefício adicional, dividido em duas parcelas.
Planejamento financeiro: dicas para organizar as contas em 2024
Reestruturar o orçamento é a melhor forma de evitar aperto. Veja ações práticas:
- Mapeie compromissos fixos: energia, água, medicamentos e aluguel devem caber na renda mensal sem contar com o 13º.
- Crie uma reserva trimestral: se possível, separe 10% do benefício de janeiro a julho para substituir o adiantamento que não virá.
- Negocie dívidas: bancos oferecem descontos para pagamento à vista; programe-se para quitá-las com a primeira parcela em agosto.
- Evite empréstimo consignado impulsivo: taxas caíram, mas a prestação compromete renda por até 72 meses.
- Use ferramentas gratuitas como app Meu INSS, planilhas ou cadernos de anotação para acompanhar despesas diárias.
Esses cuidados ajudam a manter o equilíbrio até a chegada da primeira parcela do 13º salário do INSS.
Perguntas comuns respondidas pelos canais oficiais
O INSS promete publicar o cronograma completo até julho no Diário Oficial e no aplicativo Meu INSS. Enquanto isso, anote as respostas para as dúvidas mais frequentes:
- Quem se aposentar em 2024 recebe? Sim. O valor é proporcional aos meses de benefício recebidos no ano.
- Haverá nova antecipação se a economia piorar? O governo não descarta, mas nenhuma medida está em estudo.
- Como consultar valores? Pelo extrato de pagamento no site ou app Meu INSS.
- Preciso solicitar o 13º? Não. O pagamento é automático.
- O benefício sofre desconto de IR? Sim, para quem recebe acima do limite de isenção. A segunda parcela traz o ajuste do imposto.
Se restar qualquer incerteza, ligue para a Central 135 ou procure uma agência da Previdência mediante agendamento.
Em resumo, o 13º salário do INSS volta ao formato pré-pandemia: primeira parcela em agosto e segunda em novembro. Antecipar-se a essa mudança é o melhor caminho para garantir tranquilidade financeira durante todo o ano.










